Autorretrato.
ELVÉ MONTEIRO DE CASTRO
( Nasceu em Pará de Minas –Minas Gerais – Brasil, em 1932 )
Engenheiro, Físico (PhD), Pintor e Poeta, com quatro livros publicados: Quases; Pele e Papel; Poemas Nínficos e Vinteminicontos eróticos e um poema desesperado.
VOZES NA PAISAGEM. Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos. Organizador: Waldir Ribeiro do Val. Edições Galo Brando. Rio de Janeiro, 2005. 138 p. ISBN 978-85-858627-690-1. Inclui 55 poetas de todo o Brasil que, em sua quase totalidade, colaboram na revista Poesia para todos. Ex. bibl. Antonio Miranda
COQUETERIA DIFUSA
que saudade de amores que não tive
tantas lindas mulheres atravessaram
minha estrada invadiram minha mente
lamberam os meus lábios e minha libido
se foram sem deixar rastros deixando só
destroços como uma ventania que passa
fiquei de mãos vazias coração partido
com muito desejo e muito desalento
por eu não ter podido penetrar no vento.
CORRENTEZAS
Os rios carregam terá noite e dia
para o mar. Quebram cantos, derrubam barrancos,
rompem represas na meta de chegar
mais cedo e direto ao mar.
Mas nenhum rio fica reto
nem suja de lama o mar imenso
que evapora água pura,
e vira chuva na cabeceira da serra,
e carrega mais terra para o mar.
Também eu sou como um rio.
Carrego ilusões e sonhos,
e muita sede de paz.
Sofro dores e paixões
e levo tudo noite e dia rumo ao cais.
Sempre aprumo e aprimoro
as partes onde sou torto.
Não fico certo, nem chego direto ao porto
E não me perco do direito de a-mar.
O PESO DAS PERDAS
Agora não quero mais amar ninguém
AD gente se apega, se entrega e, depois,
a pessoa vai para outro lugar
até para outro espaço e a gente carrega
a enorme dor da perda, que cada vez
mais aumenta, quanto mais o tempo passa.
Agora vou amar só meus objetos,
eternos e concretos.
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Página publicada em outubro de 2021
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